terça-feira, 13 de agosto de 2013

Ossos do "não ócio"

É meus queridos, quando vocês decidem sair daquela zona de conforto, coisas boas passam a lhe acontecer, mas, como já diria Fernando Pessoa: “Quem quer passar além do Bojador, tem que passar além da dor.”

Em 2007, 2008, quando fazia atletismo com a Equipe Flecha, comecei a conhecer as dores... A primeira delas: canelite (uma inflamação da tíbia, principal osso da canela, ou de seus tendões e músculos). O Salsicha, nosso técnico, me passou diversos exercícios para melhorar, muitos deles eu fazia descalça, na caixa de areia (onde se treina salto em distância), e quando era pra correr, eu corria dentro do campo, na terra, dando preferência àquele piso ao invés da pista que o rodeava. Com os alongamentos e cuidados devidos, a canelite foi passando.

Em 2009, correndo tranquilamente com a minha mãe, senti uma forte pontada no joelho. Aquilo era novo e precisei parar de correr na mesma hora. Nos dias seguintes, ainda doía. Nada de corrida, nada de escadas. Passei a entender a reclamação frequente dos atletas em relação aos seus joelhos. Fui ao ortopedista. Fiz ressonância. Detectada condromalácia patelar no meu joelho direito. Pelo que entendi, grosso modo, é o atrito da patela com outro osso, muito comum em mulheres. 

Fiz hidro e fisioterapia num lugar bem legal chamado Acqua Terapia. Adorava a hidroterapia porque me permitia fazer exercícios dentro da piscina. Houve certa melhora, mas ainda não corria. Voltei ao médico. Voltei à fisioterapia. Dessa vez fui ao Instituto Cohen. Eu atravessava a cidade para ir lá, mas valeu a pena. Era uma etapa mais avançada da fisio, em que eu já fazia exercícios de fortalecimento, corria um pouco na esteira, e fiz exercícios de propriocepção, para garantir o equilíbrio. Aos poucos voltei a correr na esteira e depois no parque. Tímidas distâncias a princípio. E quando a dor não persistiu, eu havia voltado à minha vida normal!

Com os exercícios de propriocepção, percebi que eu poderia treinar o equilíbrio no metrô. Nada de barras para segurar as mãos! (Assim, qualquer cantinho era bom, além de que as mãos também ficavam livres para segurar livros!)

O mais importante que aprendi com isso foi que não podemos fazer apenas exercícios aeróbicos. Devemos conciliá-los com exercícios de fortalecimento, tanto para podermos ter um bom desempenho na corrida como para evitar lesões.

Bem, no auge dos meus 25 anos, meu histórico de lesões acaba por aqui (ainda bem, né?!). Acontece que as lesões não são os únicos “ossos do não ócio”, mas continuarei essas questões em um próximo post.

Diante de tudo isso, é fundamental que eu e vocês não nos deixemos desestimular por qualquer incômodo ou dor... buscando superá-los! Como Fernando Pessoa disse no mesmo poema citado acima: “Valeu a pena? Tudo vale a pena se a alma não é pequena.” E nossa alma transborda.

4 comentários:

  1. Muito bom o blog! Uma aluna da academia que me indicou. Muito bom seus textos! lindos que nem você! Parabens continue assim nessa dedicação!

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    1. Muito obrigada, Emerson!!
      Gentileza sua.
      Vc dá aula em uma academia? Corre também?
      Beijos!

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  2. Marina, sua cultura e sua dedicação são impressionantes. “Quem quer passar além do Bojador, tem que passar além da dor.” , não tem precedentes na literatura blogueira. Me envaidece ser seu pai. Bj

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    1. Ih pai, longe de tudo isso!
      Não tenho nem metade da sua cultura!
      E a dedicação (que ainda não é como deveria) é graças a essa família em que eu tive a sorte de nascer! ;)
      Beijos

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