quarta-feira, 31 de julho de 2013

Meu paradeiro paraíso

"Haverá paradeiro para o nosso desejo dentro ou fora de um vício?
(...)
Haverá paraíso sem perder o juízo e sem morrer?"

(Arnaldo Antunes)


    (quarta-feira de manhã, no paradeiro de um hábito que já virou vício)

terça-feira, 30 de julho de 2013

Cinderela moderna

No sábado passado fui ao segundo casamento consecutivo. Novamente, precisei ir embora antes que a carruagem virasse abóbora... Acontece que essa era uma versão moderna da Cinderela...

1. meia noite e vinte era meia noite;
2. um toque de celular era o badalar dos sinos;
3. um honda fit  era a minha carruagem;
4. meu pai, minha mãe e minha cachorrinha eram os cocheiros;
5. não havia príncipe nem madrasta;
6. no dia seguinte, o sapatinho que entrou no meu pé não era de cristal... mas era rosa!

Às 5h20 da manhã já estava de pé. Às 7h10 começava a correr a meia maratona da Asics. Fazia tanto frio que, mesmo com o suor escorrendo, o vento ardia de gelado.

Meu pai me acompanhou do início ao fim. E os 21km me pareceram mais tranquilos e curtos, depois de ter feito dois treinos de 30km, nos domingos anteriores. Dessa vez, porém, eu não estava em um treino, mas em uma provinha, e daí tem a tal da adrenalina que nos dá um gás a mais...

Lá pelos quilômetros finais, li num banner uma frase genial de tão verdadeira: “Você pode correr usando apenas as pernas, no entanto, para ir mais longe, precisará também da cabeça.” (Márcio Dederich)

Minha cabeça estava leve e fui correndo da mesma forma. Nos últimos 100 ou 200 metros, cheguei dando um tiro forte. Mais tarde, vim a descobrir com o Marcão, meu treinador, que isso não é legal: não há necessidade e pode desencadear lesão. Então, pra todos, que como eu, resolvem dar tiros quando veem a linha de chegada, esqueçam dos segundos ou do minuto que deixarão de ganhar. Mais vale tentar abrandar a agressividade que toda essa atividade física pode nos causar.

Felizmente, não tive dores, e cruzei a linha de chegada mais ou menos como no fim dos contos de fada: feliz.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Contagem regressiva

Falta exatamente 1 mês para a minha primeira maratona!

No dia 1º de julho reservei minhas poltronas nos voos de São Paulo à Toronto e de Toronto à Quebec. No dia seguinte, reservei minha refeição especial. Não tenho alergia à lactose ou glúten, nem sou vegetariana... mas reservei uma refeição que eu saberia que seria leve: à base de frutas. Tudo conforme orientado pelo meu treinador, é claro. Se não, nunca imaginaria a importância desses detalhes, dentre muitos outros que ele me passou nos últimos meses.

Acho que esqueci de contar, mas apesar de ele morar em Xangai, está aqui no Brasil desde abril, e logo que chegou, combinamos um treino no parque, em que ele analisou minha biomecânica: minha pisada, minha postura, etc. Ele fez vídeos de mim correndo, e depois me mostrou, explicando o que estava bom e o que era importante corrigir. Também conferiu um por um dos meus tênis, e me explicou quais eram ideais para o meu tipo de pisada.

Com toda essa preparação desde o início do ano, é claro que não tem nem um dia em que eu não pense na maratona... (pra não dizer que eu penso nela em todas as horas do dia!) É como se eu estivesse perdidamente apaixonada... (mais ou menos como nessa música que toca no filme "Juno"):


E por isso que não era tão difícil acordar nos dias frios, ou deixar de ver os concertos da OSESP, ou deixar um casamento antes da carruagem virar abóbora...

Tudo tinha sua hora e sua vez, como escreveu Guimarães Rosa, em seu último conto de “Sagarana”. E essa era a hora e a vez da “MAR(I)(ATO)NA”! (para melhor entendimento, indico meu post de 23/06/13: http://www.porissoeucorrodemais.com.br/2013/06/mar-iato-na.html). É... o hiato entre a Marina e a maratona estava ficando cada vez menor. Foi dado o início à contagem regressiva para a maratona!

Boa noite a todos, porque já passou da hora de maratonistas-debutantes irem pra cama!

domingo, 21 de julho de 2013

Segundo treino 30km: os pensamentos nos pés

Ontem foi dia de festa. Meus avós vieram do interior e a Fe iria com o Lucas, então nos dividimos em dois carros. Eu e meu pai voltaríamos mais cedo, prezando pelo meu próximo treino de 30.

Dei apenas uma bebericadinha num drink de banana com canela que meu pai escolheu e no cosmopolitan (Nana, nenhum é melhor que o seu!) e levamos pra minha mãe. Até aí, tudo certo... até acabar o jantar e chegar na mesa de doces! Uma perdição! (Adriana, se o Juninho fez você ganhar uns quilos, você também nos fez! E hoje eu precisava eliminá-los!)

Fomos embora mais cedo. Deixei a roupa e os gels de carboidrato separados para hoje e dormi logo. Acordei às 4h40 da manhã. Um pouquinho só de ansiedade... Voltei a dormir. Acordei às 7h (do nada, sem despertador novamente!).

Chá, banheiro, micropore, Ipod, Garmin... Toda aquela parafernália, que já citei, e eu estava pronta para correr! Enquanto me aprontava, assisti ao meu discurso de formatura. É que nessa semana, o Marcão resolveu treinar também o meu psicológico. Ele contou que tinha visto meu discurso de oradora no youtube e perguntou como que, depois daquilo, um treino de 30km poderia ser difícil e me deixar nervosa (como aconteceu no domingo passado)? Se eu tinha corrido 27km tranquilamente?! Então ele me disse para lembrar sempre das minhas conquistas passadas, para encarar os novos desafios.


Não peguei os óculos escuros. E, indo pro parque, meu pai disse que não fazia mais maratona com óculos. Era uma coisa a mais pra se preocupar, embaçava, tinha que ficar limpando... pronto, ele já havia me convencido! Hoje eu correria sem óculos, afinal, já tinha o boné pra me proteger do sol. Cadê o fone que eu separei? Nada! Larguei em casa, em algum lugar. Meu pai me emprestou o dele (é muito amor!). Ainda no caminho, ouvimos “Band on the run”! E se até o Paul McCartney estava neste clima, por que não eu?!

Chegando ao parque, aqueci, dei uma alongada e comecei a correr. Sem a mochila nas costas, estava livre, leve e solta! Comecei às 8h15! (o que realmente faz e fez uma diferença positiva!)

E leve fui levando as passadas, embalada num ritmo frequente. Eu pensava do Forrest Gump se livrando daquela aparelhagem em suas pernas e correndo. Eu me lembrava de mim discursando, para um salão cheio, aquelas palavras que havia escrito e decorado. Eu recordei as corridas na USP, subindo a Biologia. Enfim, nada me deixaria abalar. Hoje eu era uma atletinha! (Em homenagem ao meu primo Caio, que se diz um “adultinho”!)

Foi assim, absorta em meus pensamentos, sob o sol que vinha esquentar e às vezes arrefecia, que 15km passaram como se fossem o aquecimento. Meu pai estava acabando o treino dele. Me entregou os gels e disse que esperaria no final. Meu irmão disse que correria a segunda metade comigo, mas claro que ele só foi acordar quando chegamos em casa... Não tinha problema. Correr sozinha estava uma delícia.

Em alguma das 5 voltas, perto do lago, um menininho corria, exibindo sua velocidade aos seus pais. (crianças correndo com tanta facilidade e vontade são provas de que nascemos para correr!) Quando passei por ele, ele correu mais um pouquinho ao meu lado e abriu um sorrisão.

Cruzar com as pessoas durante a corrida é interessante. Mesmo cansada, esboço um princípio de sorriso, nem sempre correspondido, mas persisto, e é muito legal quando alguns mudam sua expressão!

Em alguns trechos, o caminho é mais apertado. Eu estava correndo num sentido e um cara no outro. Simplesmente apontei para um lado e ele indicou com o braço que iria pro outro. Normas básicas de trânsito. Falando nisso, passei por um homem que, correndo, tinha chutado pro lado um galho que estava no meio do caminho. Certamente evitou que alguém que viria depois tropeçasse. (Sim, ainda existe solidariedade entre os homens e em São Paulo!)

E como de longo já bastou meu treino de hoje, devo, por bem, levá-los para o fim do treino. E é com muita alegria que digo que hoje não senti frio nos quilômetros finais. Hoje meus pensamentos foram só positivos (e isso influencia mais do que vocês podem imaginar!). E hoje completei os mesmos 30km da semana passada 7 minutos mais rápido, e me sentindo inteira!

Na “linha de chegada” encontrei meu pai, e encontramos o Paulo e a Raquel (também corredores) com quem foi ótimo conversar um pouquinho! Minha mãe chegou em seguida, completando 12km. Assim, eu e ela, juntas, fechamos uma maratona!


Até mais, meus colegas esportistas e aspirantes!

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Além do treino... alguns detalhes

Quem nunca... "correu" atrás de médico para pedir um pedido de exame?

O Marcão pediu a segunda sequência de exames de sangue e urina. (E antes da maratona ainda farei uma terceira repetição!)

Como os exames tinham que ser feitos essa semana, e amanhã é o dia de descanso, não tive muita escolha.

Triglicérides requer jejum de 12 horas (já aprendi!), portanto "corri" pra casa e fiz logo um omelete, para comer antes que fosse tarde demais.

Ainda faltava o pedido, do qual só lembrei na volta do trabalho. Já não dava mais pra ligar pro meu primo, ou pro médico que trabalha no consultório vizinho dos meus pais... então lembrei do Dr. Luiz, (também corredor, apenas temporariamente parado, por causa do famoso “joelho”... sempre ele!), e interfonei pedindo um pedido. Problema resolvido!


Agora é hora de dormir, pra acordar cedinho, vestir a roupa e ir “correndo” pro laboratório, pra colher o primeiro xixi do dia! (é que se não for o primeiro, tem que esperar mais 2 horas!)


Pois é... por isso que eu digo que treinar pra maratona envolve muito mais do que apenas correr!

domingo, 14 de julho de 2013

Meu primeiro treino de 30km

Não coloquei o despertador pra tocar. Acordei às 7h30. Lá fora já estava sol e quente. O sol não me daria trégua...

Café da manhã: uma banana pequena, duas fatias de pão integral light com queijo branco, e uma xícara de chá quente. Quente é um detalhe importante se você vai sair para um treino longo e não quer ter que parar no meio pra ir ao banheiro... Pois é, detalhes assim ninguém gosta muito de falar, mas são importantes.

Preparativos: shorts, top, camiseta, meia, boné, óculos, Garmin carregado, frequencímetro, ipod carregando. Protetor solar, vaselina no pé (tem me ajudado muito a evitar bolhas), micropore em baixo do top/frequencímetro, frente e costas (ajuda a não machucar pelo atrito – para o caso de treinos longos).

Ontem o Marcão me desejou boa viagem, porque 30 deixava de ser treino, para ser viagem. E certamente foi, tanto que saí de mochila (Camel Bak).

Na Camel Bak: água e 2 géis de carboidrato, para hidratação e suplementação durante o treino.

Local: Parque do Ibirapuera.

Início da viagem: 9h30 (quando o trânsito estava tranquilo, porque o grosso do povo paulistano ainda dormia).

Comecei sozinha. Tudo nos conformes. Km 12 cruzei com meus pais. De lá até o km 24 meu pai foi meu parceiro e meu orientador.

Km 15, a Camel Bak chacoalhando nas minhas costas e eu já achando aquilo meio incômodo, vem um corredor, também com sua Camel Bak, e me diz que precisava ter um fecho na altura da barriga. Eu disse que a minha não tinha, que tava correndo com ela pela primeira vez, e que era um treino de 30km. Ele me disse: “Então ganhei de você! Estou fazendo 45 hoje!” Contei que eu estava treinando pra minha primeira maratona. E ele falou que se era a primeira, pra eu não treinar mais que 32! Eu disse que não iria! Que teria aquele e mais dois treinos de 30. Daí fomos chegando perto do meu pai que o viu e disse: “Marina, você está falando com um dos maiores corredores de longa distância: Claudio Zuccolo! Ele já correu a maratona de Sables, no deserto do Saara!” Fiquei extremamente lisonjeada de conhecer um atleta tão fantástico, corredor de ultramaratonas! E minha viagem ainda estava no começo...

Km 16 e eu já comecei a me sentir cansada, fiquei nervosa... Corrida é totalmente psicológico. Meu pai me chamou a atenção, para que eu não supervalorizasse aquilo, ficasse calma, e corresse no ritmo que o meu corpo conseguisse, sem me apegar ao ritmo proposto pelo Marcão, que ontem já tinha me dito que eu não precisava seguir tudo à risca e nem completar os 30, se não conseguisse. Precisei de umas chamadas de atenção. Pensando no Caballo Blanco dizendo: “fácil, leve e suave...” Mas leve não estava...

Km 19, sentindo o ombro e a lombar, deixei a Camel Bak com meu pai e fiquei mais leve.

Cruzamos com a Lígia, que foi personal minha e do meu pai antes de voltarmos ao clube. Profissional incrível que eu gostaria de ter ao meu lado em todos os treinos de musculação!

Km 21, encontramos o Waldyr, nosso amigo que só gosta de correr no asfalto, por conta das raízes, mas ele topou nos acompanhar na volta externa por um tempo. Foi conversando com meu pai e eu seguindo os dois até o km 23/24.

Meu pai me acompanhou mais um pouco e dali em diante faltava uma voltinha de 6km (1/5 do treino).
Acabei o gel ali. Corri mais calma sabendo que em breve eu chegaria.

Km 27 e pensei: a partir daqui estou quebrando meu recorde pessoal! Comecei a sentir um pouco de frio. (Meu amigo Watcha, formado em Esporte e treinando para um ironman, disse que pode ser homeostase – uma adaptação do corpo que deixa de produzir calor pra não gastar tanta energia, porque já está em esforço).

Km 28 parei no bebedouro (não tinha mais a Camel Bak). A menina na minha frente tinha acabado de me passar e eu queria ir no ritmo dela. Perguntei a quanto ela estava e se podia tentar acompanhá-la. Ela disse que não sabia do ritmo, mas claro que eu podia. Daí que vi que ela tinha um boné escrito “Ironman”. Perguntei se ela tinha feito e  ela me disse que havia completado 3! Tinha 28 anos e tinha começado com 22! Nina Keller! Achei incrível! Corremos quase 1km juntas e fui terminar meus 30.

Chegando, lá estavam meus pais, meu tio Eugênio (também maratonista), meu primo Rafael e a filhinha dele, Maria Clara.

Muita emoção ao bater o relógio. Lá estava meu pai de braços abertos.

Muitos abraços de todos e a fofa da Maria Clara me entregou uma florzinha primavera.

Bem, esse foi meu primeiro treino de 30. Que venham os próximos!

sábado, 13 de julho de 2013

Todo mundo espera alguma coisa de um sábado à noite...

Amanhã terei meu primeiro treino de 30km. Em breve vou dormir. O Marcão quer que eu comece a correr no horário da maratona de Quebéc, que tem a largada às 8h da manhã. Ok, né... já faz um tempo que abdiquei dos meus sábados à noite... Nos dois próximos sábados, porém, terei dois casamentos e pra esse tipo de evento não dá pra dizer: “Vou ao próximo que marcarem!” (Até porque a gente sempre espera que não exista o próximo!)

Falando em casamento, acho que devo estar tão ansiosa pra maratona como uma noiva nas vésperas do seu grande dia! Só que ao contrário da noiva, eu espero que a minha primeira maratona não seja única na minha vida! Treinar pra ela tem sido bom. Tenho sentido uma felicidade tamanha! E é tão gostoso ter um objetivo assim... 

É bom demais quando alguém fica admirado ao descobrir que você corre o tanto que você corre! rs
E o mais incrível, talvez, seja ver que num dia você está fazendo algo que há um mês nunca sonhou que conseguiria!

Em abril desse ano corri a meia maratona (21km) da Corpore pra 1h57. Há exatamente um ano atrás, eu tinha feito a mesma prova para 2h03. Foram 6 minutos a menos! Daí a gente entende também que treinar com orientação faz toda a diferença!

E por isso, ao menos hoje, que estou bonitinha em casa (enquanto minhas amigas estão jantando e tomando vinho, e meu irmão e os amigos acabam de sair pra uma formatura), vou dormir mais cedo.
No dia do rock, desejo uma ótima noite de sábado para todos! Seja nos bailes e bares da vida, ou debaixo das suas cobertas!

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Qual é a cor do seu "indicador"?

Por baixo das unhas pretas que caíram, tinham outras unhas pequeninas.

E mesmo sendo novinhas, elas já queriam ter cor!                        

Era a tal da moda do dedo "indicador"!

Um charme! rs

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Running like a girl

Voltando à história do meu treinamento para a maratona, eu tinha parado ainda no começo do ano, quando fui aos médicos, fiz exames, etc...

Desde lá, alguns novos hábitos foram se incorporando ao meu dia-a-dia, como tomar whey protein depois do treino. Quando a nutricionista disse que me passaria whey, eu perguntei “Mas isso não é só pra homem?!” Ela riu. E me explicou que não.

Basicamente, o whey é uma proteína artificial que advém do soro do leite, de rápida absorção, e que auxilia na manutenção da massa muscular e no fortalecimento do sistema imunológico. Enfim, o whey entrou na lista das coisas as quais deixo separadas na noite anterior...

Se você mora em São Paulo, e seu trabalho não é a um pulinho da sua casa, é necessário organizar o dia, para que dê tempo de fazer as atividades essenciais (confesso que fico chateada e um pouco incomodada quando as pessoas dizem que não fazem atividade física por falta de tempo).

Toda santa noite, portanto, deixo as coisas arrumadas: roupa pro esporte, toalha, roupa pro trabalho, lanche pra parte da manhã e da tarde (porque é sempre mais saudável o que eu preparo do que qualquer coisa que eu vá comprar).

Preparada para o dia todo, saio de casa parecendo uma sacoleira! Ainda bem que o Clube Ipê e o Parque do Ibirapuera são um do lado do outro, permitindo que eu tome banho no clube não só depois da academia, como depois de correr no parque! E ainda bem que dali o trânsito para o trabalho flui mais do que saindo de casa! (Outro estímulo para treinar de manhã!)

Acontece que nem tudo é tão organizado e lindo, porque às vezes dá preguiça de arrumar as coisas de noite e deixo tudo para fazer de manhãzinha... o que além de causar um pouco de tumulto e atraso (vivo correndo contra o relógio), é um perigo! Na correria, já deixei pra trás: whey, toalha, meia, sabonete, chinelo, brinco, relógio, calcinha (aaai!). Pra quase tudo, porém, mulheres acham uma solução!

E falando em ser mulher, além de a gente precisar se preocupar com brinco, anel, corrente, maquiagem, secar o cabelo (diga-se de passagem, tem sido mais prático depois que cortei!), mulheres têm outro detalhe que deve ser levado em conta para o treinamento de uma maratona: o ciclo menstrual.

Para as mulheres, as fases pré-menstrual e menstrual podem representar não só irritabilidade e instabilidade emocional, como queda na força, velocidade e resistência, e um consequente aumento da fadiga. Em função disso, na planilha do Marcão há uma área reservada para o acompanhamento do ciclo menstrual, no qual ele se baseia para montar meus treinos.

Por essas e por outras, se você é marinheiro de primeira viagem (e até mesmo se é experiente) é bem importante ter um treinador que te dê uma atenção especial e te alerte para diversos aspectos que influenciam o treinamento. Por essas e por muitas outras orientações, eu e meu irmão dizemos que “o que o Marcão fala, vira lei”!

Em breve voltarei com o “por outras”!

terça-feira, 2 de julho de 2013

A trilha sonora da sua corrida

Ouvir música no treino de corrida é bom. Motiva, distrai... e tem músicas que só de começarem a tocar, te dão uma impulsão instantaneamente!

Tem dias, porém, que resolvo correr sem fone no ouvido. O interessante é que a gente passa a ouvir o que está ao nosso redor, além de ouvir o próprio corpo.

Numa manhã fria, o parque está vazio. Mas além de você, todos os passarinhos acordaram, prepararam a mochila para o dia todo e juntaram-se aos seus parceiros do Coro.

Do nada, você cruza com um bicho diferente, tipo um pato com a cara vermelha. 

Por alguns minutos você até esquece que mora na cidade grande. Só que de repente surge o som das buzinas, vindo do outro lado da grade do parque, e este zunido característico não nos deixa enganar: estamos em São Paulo.

Então você continua seguindo o seu caminho, e ouve o  quarteto que João Gilberto montou em sua música: lá estão o pato, o marreco, o ganso e o cisne.

E por entre a música urbana misturada aos sons da natureza, você passa a ouvir cada passo. E quando pisa no chão lamacento, um ‘splash’ que sobe e suja o lindo tênis de barro.

E por entre sopros do vento, você ouve sua respiração. E quando ela fica mais ofegante, você tenta se concentrar mais, pensando “fácil, leve, suave” (dicas do Caballo Blanco - que foi um corredor espetacular e é um dos personagens principais do livro Nascido para correr). Então, você vai aprendendo a ouvir sua respiração e a mudar seu ritmo quando necessário.

E correndo sobre a terra batida, é ideal que você tente ouvir as batidas do seu coração. Durante todo esse tempo em que a terra vira uma esteira rolante, ele bate mais forte. E conforme a atividade física vai fazendo cada vez mais parte da sua vida, o ritmo cardíaco vai se estabilizando... É porque o que começou com uma euforia de uma paixão, virou amor. E daí você vira um corredor, com ou sem música.